[RP] Declan Arryn e Ramonna Lannister

Ameno. Brando. Sereno. Afável. Fosse qual fosse a palavra utilizada para representar o dia, qualquer uma dessas já citadas serviria. O verão sempre uma época de intenso calor, com o sol brilhando soberano no céu e, a típica movimentação das cidades. Volantis, a cidade livre, não era uma exceção a regra.

A moçoila de pele alva caminhava entre as ruas, seu vestido roçando o chão sujo a cada passo dado, seus trajes moviam-se de acordo com o seu caminhar. Entrar na cidade fora algo complicado, afinal não possuía o sangue ideal, todavia nenhuma porta está fechada quando se é um Lannister e possui dinheiro. Felizmente o seu nome que carregava foi o suficiente para ser convidada e, infelizmente, o dinheiro era uma coisa a qual não possuía. Desgarrada, desertora,traidora- muitos os sinônimos, todos dizem a mesma coisa. Ramonna e sua irmã eram provavelmente as únicas Lannister’s da história a renegarem a família.

Perdida em pensamentos acabou em uma área da cidade desconhecida para si, as vestes caras e as diminutas jóias atraiam os olhares dos pescadores, seus olhos percorriam os trabalhadores humildes e ali não havia um pingo de equilíbrio. A morena manteve o olhar firme, seus dedos segurando levemente a saia do traje, o roçar de seus cabelos nas costas desnudas causava-lhe cócegas. Ela deveria voltar e encontrar-se com a irmã, era isso que deveria fazer. Parou por um momento, pronta para dar às costas aos trabalhadores já mencionados, porém foi a voz que lhe chamou atenção.

Havia um garoto, um rapaz talvez, que encarava o peixeiro. Sua postura era um tanto arrogante, uma vez que o pescador acusava-lhe de roubo. Ah, Ramonna conhecia muito bem a penalidade para aquele tipo de infração, o moreno logo perderia os dedos- se não, a mão inteira. Seus lábios curvaram-se em um sorriso mísero, enquanto aproxima-se da dupla. O porque de estar fazendo isso era um completo mistério, visto que não era algo inusitado, mas fora era o rapaz que lhe atraia. Não no sentido carnal, era algo diferente, psicológico? Sim, era isso mesmo, ela desejava saber o porque de sua posse arrogante- os ladrões que conhecia não agiam desse modo.

- Quem lhe garante que trata-se de roubo. - sua voz era suave e doce, totalmente o oposto de sua mente - O senhor poderia ter se distraído e não visto a sua chegada, esse jovem rapaz poderia ser mais um freguês. - a rapariga sorriu-lhe- Ou poderia ser mesmo um ladrão.

Quando acordou naquele dia, sua vente divagava de um lugar para o outro- do passado ao presente-, tudo estava um caos. Sentia-se estranhamente perdida, apesar de já ter uma boa cota de viagens, a cidade livre a confundia e espantava. A moçoila caminhou por suas ruas, observou seus habitantes, criou possibilidades e no final- terminou com adaga no pescoço.

O metal gélido reluzia ao sol, seus cabelos esvoaçavam ao vento e o peixeiro estava morto. O sangue manchava a terra, esta já acostumada a ser irrigada com o líquido, ganhava um aspecto barrento. O garoto era rápido, as palavras possuíam uma sonoridade diferente dos demais. “ Estrangeiro.” Fora a palavra que surgira em sua mente. Ramonna respirou fundo, sentindo a lâmina cutucar-lhe o pescoço, ela sorriu e não havia medo ou temor- apenas uma leve incerteza do que estaria por vir, todavia, nenhum traço de sua insegurança fora demonstrado. O vestido carmin acompanhou seus movimentos, lentos e confiantes, ela virou-se de frente para o tal ladrão. Seus olhos o avaliaram, ele não seria tão idiota a ponto de cometer outro assassinato, o azul contra o azul era como um choque; Ela piscou lentamente, erguendo o queixo e estreitando os olhos, sua postura arrogante não se desfizera.

- Seria um ato imprudente. - seus lábios curvaram-se em um sorriso doce. - És um ladrão, eu ajudei-o e a dívida foi criada. Não me matará, se o fizer, bom seja rápido e limpo. - Lannister afastou-se um pouco, tendo consciência da adaga em seu pescoço - Ficará aqui e sofrerá a ira dos demais peixeiros e provavelmente da família do homem, ou como eu acho que o fará, fugira pela cidade deixando-me aqui para trás?